sexta-feira, 14 de maio de 2010

Algumas atividades do gestar II de Língua Portuguesa

SUGESTÕES PARA TRABALHAR COM GÊNEROS TEXTUAIS
Trabalhando com gêneros textuais a partir de um texto narrativo (conto)

PÉ-NO-CHÃO
Monteiro Lobato

Fica no extremo da rua o Grupo Escolar, de modo que a meninada passa e repassa à frente da minha janela. Notei que muitas crianças sofriam dos pés, pois traziam um no chão e outro calçado. Perguntei a uma delas:
__ Que doença de pés é essa? Bicho arruinado?
O pequeno baixou a cabeça com acanhamento, depois confessou:
__ É inconomia.
Compreendi. Como nos grupos não se admitem crianças de pé no chão, inventaram as mães pobres aquela pia fraude. Um pé vai calçado, o outro, doente do imaginário mal crônico, vai descalço. Um par de botinas dura assim por dois. Quando o pé de botina em uso fica estragado, transfere-se a doença de um pé para outro, e o pé de botina de reserva entra em funções. Destarde, guardadas as conveniências, fica o dispêndio cortado pelo meio. Acata-se a lei e guarda-se o cobre.
Benditas sejam as mães engenhosas!

Sugestões de 25 atividades

01- Reconte a história do ponto de vista do aluno.
02- Alterar a história.
03- Elaborar outro conto cuja escola fica em um bairro de classe alta.
04- Continuar a história, criando outro desfecho.
05- Elaborar uma Carta do narrador para o diretor pedindo uma revisão das normas escolares.
06- Elaborar uma carta-resposta do diretor para o narrador justificando as normas.
07- Carta do pai de um dos alunos para o diretor.
08- Elaborar uma notícia de jornal denunciando o fato.
09- Elaborar um documento contendo as normas da escola (do conto)
10- Elaborar um texto descritivo da escola
11- Elaborar uma entrevista com a diretora da escola.
12- Elaborar um abaixo-assinado no qual as mães protestam contra as normas da escola.
13- Elaborar um texto opinativo a favor e outro contra sobre a rigidez das normas escolares.
14- Elaborar um diálogo entre os alunos.
15- Elaborar um poema sobre o tema do conto.
16- Criar um gibi a partir do conto:
17- Criar uma charge referente ao assunto do texto.
18- Elaborar frases com mensagens referentes ao conteúdo do conto.
19- Elaborar um texto publicitário sobre a escola.
20- Elaborar um discurso de um político sobre o fato.
21- Reconte a história no estilo de um discurso de Gil Gomes.
22- Elaborar textos opinativos que revelem a opinião dos alunos a respeito das normas escolares.
23- Elaborar um texto para o autor do conto: Monteiro Lobato, opinando sobre a obra.
24- Elaborar um resumo do texto.
25- Elaborar uma peça de teatro baseada nesse conto



Incidente na Casa do Ferreiro
Luis Fernando Veríssimo
Pela janela vê-se uma floresta com macacos. Cada um no seu galho. Dois ou três olham o rabo do vizinho, mas a maioria cuida do seu. Há também um estranho moinho, movido por águas passadas. Pelo mato, aparentemente perdido – não tem cachorro – passa Maomé a caminho da montanha, para evitar um terremoto. Dentro da casa, o filho do enforcado e o ferreiro tomam chá.
Ferreiro – Nem só de pão vive o homem.
Filho do enforcado – Comigo é pão, pão, queijo, queijo.
Ferreiro – Um sanduíche! Você está com a faca e o queijo na mão. Cuidado.
Filho do enforcado – Por quê?
Ferreiro – É uma faca de dois gumes.
(Entra o cego).
Cego – Eu não quero ver! Eu não quero ver!
Ferreiro – Tirem esse cego daqui!
(Entra o guarda com o mentiroso).
Guarda (ofegante) – Peguei o mentiroso, mas o coxo fugiu.
Cego – Eu não quero ver!
(Entra o vendedor de pombas com uma pomba na mão e duas voando).
Filho do enforcado (interessado) – Quanto cada pomba?
Vendedor de pombas – Esta na mão é 50. As duas voando eu faço por 60 o par.
Cego (caminhando na direção do vendedor de pombas) – Não me mostra que eu não quero ver.
(O cego se choca com o vendedor de pombas, que larga a pomba que tinha na mão. Agora são três pombas voando sob o telhado de vidro da casa).
Ferreiro – Esse cego está cada vez pior!
Guarda – Eu vou atrás do coxo. Cuidem do mentiroso por mim. Amarrem com uma corda.
Filho do enforcado (com raiva) – Na minha casa você não diria isso!
(O guarda fica confuso, mas resolve não responder. Sai pela porta e volta em seguida).
Guarda (para o ferreiro) – Tem um pobre aí fora que quer falar com você. Algo sobre uma esmola muito grande. Parece desconfiado.
Ferreiro – É a história. Quem dá aos pobres empresta a Deus, mas acho que exagerei.
(Entra o pobre).
Pobre (para o ferreiro) – Olha aqui, doutor. Essa esmola que o senhor me deu. O que é que o senhor está querendo? Não sei não. Dá para desconfiar…
Ferreiro – Está bem. Deixa a esmola e pega uma pomba.
Cego – Essa eu nem quero ver…
(Entra o mercador).
Ferreiro (para o mercador) – Foi bom você chegar. Me ajuda a amarrar o mentiroso com uma… (Olha para o filho do enforcado). A amarrar o mentiroso.
Mercador (com a mão atrás da orelha) – Hein?
Cego – Eu não quero ver!
Mercador – O quê?
Pobre – Consegui! Peguei uma pomba!
Cego – Não me mostra.
Mercador – Como?
Pobre – Agora é só arranjar um espeto de ferro que eu faço um galeto.
Mercador – Hein?
Ferreiro (perdendo a paciência) – Me dêem uma corda. (O filho do enforcado vai embora, furioso).
Pobre (para o ferreiro) – Me arranja um espeto de ferro?
Ferreiro – Nesta casa só tem espeto de pau.
(Uma pedra fura o telhado de vidro, obviamente atirada pelo filho do enforcado, e pega na perna do mentiroso. O mentiroso sai mancando pela porta enquanto as duas pombas voam pelo buraco no telhado).
Mentiroso (antes de sair) – Agora quero ver aquele guarda me pegar!
(Entra o último, de tapa-olho, pela porta de trás).
Ferreiro – Como é que você entrou aqui?
Último – Arrombei a porta.
Ferreiro – Vou ter que arranjar uma tranca. De pau, claro.
Último – Vim avisar que já é verão. Vi não uma mas duas andorinhas voando aí fora.
Mercador – Hein?
Ferreiro – Não era andorinha, era pomba. E das baratas.
Pobre (para o último) – Ei, você aí de um olho só…
Cego (prostrando-se ao chão por engano na frente do mercador) – Meu rei.
Mercador – O quê?
Ferreiro – Chega! Chega! Todos para fora! A porta da rua é serventia da casa!
(Todos se precipitam para a porta, menos o cego, que vai de encontro à parede. Mas o último protesta).
Último – Parem! Eu serei o primeiro.
(Todos saem com o último na frente. O cego vai atrás).
Cego – Meu rei! Meu rei!





Objetivos:
-Ler e interpretar “O nariz e outras crônicas’’ de Luís Fernando Veríssimo;
-Conceituar a espécie narrativa denominada crônica;
- Elaborar um trabalho artístico que mostre como a comicidade e o riso são empregados como instrumento de reflexão crítica sobre o ser humano e a sociedade.
1ª) Leitura do paradidático Para gostar de ler – Volume 14 – Crônicas, fora da sala de aula;
2ª) Pesquisa individual sobre crônica (conceito, definição). Limite-se a duas páginas!
3ª) Resolução do questionário proposto na página seguinte;
4ª) Criação de uma ilustração em folha A3 (técnica livre: desenho, pintura, colagem etc.) que represente uma das formas de manifestação do humor: charge, caricatura, quadrinhos, piadas, paródias de letras de músicas.
Obs.: As etapas 2 e 3 devem compor um trabalho escrito (pode ser digitado). Não se esqueça de colocar uma capa com todas asa informações necessárias, um índice e a bibliografia ao final.
Quanto à etapa 4, lembre-se de ser criativo. Você pode transformar uma piada interessante em quadrinhos, criar charges sobre situações políticas atuais ou inventar uma letra engraçada para uma música já existente.
2ª etapa: 2 pontos
3ª etapa: 6 pontos
4ª etapa: 2 pontos

*Haverá possibilidade dessa nota valer como av. contínua de interpretação textual. Conversaremos sobre essa possibilidade na volta às aulas.


Trabalho de Literatura - Questionário

1) Em algumas crônicxas , o autor apresenta situações absurdas ou fantásticas. Partindo de fatos que têm como base a realidade e exagerando traços característicos desses fatos, ele acaba por chegar ao insólito ou extraordinário. Preencha as lacunas:
a) Na crônica A que ponto, _____________ travam um combate mortal pela compra de um produto, num _________________.
b) Em Ela, conta-se a história de como a ___________________ invadiu o cotidiano de um lar de tal forma que o chefe de família acabou sendo ___________________ de casa.
c) O tema da crônica _____________________________________ é uma dona de casa que fica totalmente obcecada pela propaganda e parece louca aos olhos da família.
d) Vocação conta como um excelente empregado foi ________________ após vinte e oito anos na firma porque a direção da empresa preferiu acreditar no que mostrava a análise do __________________.
e) A história O nariz fala de um respeitado __________________ que um belo dia passou a usar um ___________________ e resolveu que não tiraria mais.

2) Com situações absurdas, muitas vezes, o autor faz uma crítica aos hábitos, costumes, comportamentos e ideias da nossa sociedade. Coloque o título das crônicas citadas no exercício anterior na linha que corresponde ao que está sendo criticado em cada uma delas.
a) A presença e a influência da televisão na vida da sociedade contemporânea. _________________
b) A informática se impondo sobre o bom senso e a lógica. __________________
c) Julgamento das pessoas por sua aparência. _____________________
d) A grande presença da publicidade e da propaganda no cotidiano. _____________________
e) O domínio da sociedade de consumo sobre a existência de cada um. ____________________

3) A crônica A História, mais ou menos, trata de um assunto muito antigo, que tem quase dois mil anos: o nascimento de Jesus Cristo. Mesmo com um tema tão conhecido, o texto é original e divertido. Assinale F(falso) ou V(verdadeiro) nas afirmativas a seguir, de acordo com o que caracteriza ou não esse texto.
( ) O interesse da crônica está na linguagem do narrador, que usa gíria e expressões populares empregadas nos dias de hoe para contar uma passagem bíblica antes sempre tratada de modo tradicional.
( ) Usando um tom sério, o autor critica a juventude atual por sua falta de religiosidade e fé.]
( ) Mesmo empregando um tom irreverente, o autor permanece fiel à versão original da Bíblia sobre os três reis magos.
( ) A originalidade da crônica se encontra no fato de o autor revelar sua descrença total na religião, comparando0a com uma loteria esportiva.

4) No texto Incidente na casa do ferreiro, o autor trabalha basicamente com provérbios e ditos populares, montando um enredo em que essas frases são usadas ao pé da letra e não em sentido simbólico.
Associe os trechos a seguir com os correspondentes provérbios empregados na crônica:
( ) (...) Passa Maomé a caminho da montanha (...)
( ) Olha aqui, doutor. Essa esmola que o senhor me deu. O que é que o senhor está querendo?
( ) Pobre (para o ferreiro): - Me arranja um espeto de ferro?
Ferreiro: - Nesta casa só tem espeto de pau.
( ) Pobre (para o último): - Ei, você aí de um olho só.
Cego(prostrando-se ao chão por engano na frente do mercador): - Meu rei.
( ) Cego (caminhando na direção do vendedor de pombas): - Não me mostra que eu não quero ver.

1. O pior cego é aquele que não quer ver.
2. Casa de ferreiro, espeto de pau.
3. Quando a esmola é muita o santo desconfia.
4. Em terra de cego, quem tem um olho é rei.
5. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé.

5) Podemos considerar algumas das crônicas de Luís Fernando Veríssimo como paródias, isto é, imitação ou arremedo de um estilo literário para causar um efeito cômico. Associe os trechos citados a seguir com o que está sendo parodiado:
( ) Mas eu e o meu cachorro (Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós íamos pescar, e cozinhar nós mesmos o peixe pescado no fogo, e comer o peixe com as mãos , e se há uma coisa que eu gosto é confusão. (Minhas férias)
( ) Faça sete cópias e mande para sete pessoas. Dentro de sete dias você será recompensado por Santo Eurides. (Corrente a Santo Eurides)
( ) Minha vida como parlamentar é um livro ponto aberto, imaculadamente branco. Como ministro, não tenho o que esconder. (Ponto de vista)

1. Uma redação escolar.
2. Discurso de um político
3. Cartas que se enviam para fazer correntes de pedidos a santos ou para se obter benefícios.

6) Duas crônicas desta antologia abordam um mesmo tema: o sexo. Trata-se de Sementinhas e Relógio digital. Marque com um X as afirmativas que retratam o que há de comum entre as duas histórias, além do tema:

( ) Em ambas as crônicas as crianças demonstram uma enorme ansiedade em aprender tudo que puderem sobre sexo.
( ) Tanto a professora de Sementinhas quanto o pai de Relógio digital dão mais importância ao assunto do que as crianças.
( ) Nas duas histórias os adultos se enganam ao pensar que as crianças estão morrendo de vontade de conversar sobre sexo.
( ) As duas crônicas demonstram que sexo é um assunto mais complicado para crianças do que para adultos.

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